Outubro de 1918. Em meio ao caos da floresta de Argonne, na França, mais de 500 soldados americanos do chamado "Batalhão Perdido" estão encurralados. Cercados por forças inimigas e sofrendo com fogo amigo por falta de comunicação, a situação é desesperadora. A última esperança de Major Charles Whittlesey reside em uma pequena criatura: seu último pombo-correio, chamado Cher Ami. A mensagem é amarrada à sua perna: "Estamos na estrada paralela a 276.4. Nossa própria artilharia está nos bombardeando. Pelo amor de Deus, parem com isso."
Ao ser lançado, Cher Ami é imediatamente alvejado. Ele cai, mas, milagrosamente, retoma o voo. Vinte e cinco minutos depois, ele chega ao seu posto, cego de um olho, com o peito ferido e uma perna quase amputada, mas com a cápsula da mensagem ainda presa. Graças a ele, 194 soldados foram salvos. Além da bravura inquestionável, fica uma pergunta que ecoa na mente de qualquer cientista ou veterinário: como?
Como um pombo, mesmo ferido e sob estresse extremo, consegue navegar com precisão quilométrica de volta para casa? A resposta não está na magia, mas em um dos sistemas de orientação mais sofisticados da natureza — um verdadeiro GPS biológico.